terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A DOÇURA DA VIDA


Há pouco tempo editei, particularmente, um livrinho de memórias. Pedi a meu filho que fizesse uma pequena referência. Vejam só que doçura:

...Êste é o meu pai. Quando o conheci ele tinha 44 anos. Era ainda uma imagem obrigatória na minha cabeça para depois se tornar algo mais real ao ponto de eu me convencer que ele é que me tinha parido e não a minha mãe! A avaliar que, na prática, foi ele que tratou de mim desde a muda das fraldas. Da minha mãe tenho as lembranças muito escondidas no paladar do leite materno que não me fartei até aos meus nove meses. Depois então, outra vez o “velho” a tratar das minhas “lautas” refeições.Nasci em Berlin mas logo ele seria transferido para Vigo, Espanha. Embarquei nessa viagem para descontentamento da minha mãe que me levaria de retorno a Berlin , onde vivi até os 12 anos quando então, por acordo dos dois, já separados, eu ficaria com o meu pai em Portugal novo posto de trabalho do meu pai, no Porto e depois, Lisboa. Aqui começou o nosso verdadeiro relacionamento e com toda a felicidade que sinto de ter sido assim, atendendo que a minha mãe era muito severa, organizada demais, louvável isso, mas que transtornava o meu sonho de sair da Alemanha e viver com o meu pai. Infelizmente, a minha mãe, por doença grave, está hoje, tenho certeza, no céu.Pedi então que este livro, simples eu sei, fosse dedicado a ela que não ligava nada para o que o pai escrevia nem, diga-se de passagem, às vezes, falava!Mas agora, certamente, apesar das lágrimas que escondo,pelas palavras que voam, alguma coisa deverá chegar lá, naquele lugar grandioso. São estas palavras que posso escrever como gratidão aos dois que tanto amo.

Ruben

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