quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Ayn Rand - Uma grande mulher


Pensamento do dia (grande mulher



 PENSAMENTO DO DIA

 

                                                Description: Description: Description: Descripción: Descripción: D13C711F20D84F45A589290E3B4EDCA7@pc001A 2 de fevereiro de 1905 nasceu em S. Petersburgo a filósofa e escritora americana Alissa Zinovievna Rosenbaum, mais conhecida como Ayn Rand, falecida em Março de 1982 em Nova York. Ficou famosa esta frase dela, que se aplica como uma luva ao que vivemos em Portugal nos dias de hoje:
"Quando te deres conta de que para produzir necessitas obter a autorização de quem nada produz, quando te deres conta de que o dinheiro flui para o bolso daqueles que traficam não com bens, mas com favores, quando te deres conta de que muitos na tua sociedade enriquecem graças ao suborno e influências, e não ao seu trabalho, e que as leis do teu país não te protegem a ti, mas protegem-nos a eles contra ti, quando enfim descubras ainda que a corrupção é recompensada e a honradez se converte num auto-sacrificio, poderás afirmar, taxativamente, sem temor a equivocar-te, que a tua sociedade está condenada. ?
 

AYN RAND (1950

terça-feira, 15 de julho de 2014

DERSU UZALA NA COPA José Ribamar Bessa Freire

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DERSU UZALA NA COPA
José Ribamar Bessa Freire
22/06/2014 - Diário do Amazonas
No futebol “a bola é um reles, um ridículo detalhe” – escreve Nelson Rodrigues, para quem o que interessa é “o ser humano por trás da bola”. O que está em jogo no gramado, portanto,“não é a diversão lúdica, mas a complexidade da existência”. Se for assim, se Nelson tem razão como quer o cronista Joaquim Ferreira dos Santos, então o campeão mundial da Copa já é o Japão, que deu um show de vida lá na Arena Pernambuco contra a Costa do Marfim e, depois, na Arena das Dunas, em Natal, contra a Grécia.
O Japão perdeu um jogo e empatou o outro dentro do campo, mas nas arquibancadas ganhou os dois de 10 x 0. As imagens reproduzidas nas redes sociais não deixam dúvidas. Enquanto torcedores do Brasil e de outros países se retiravam dos estádios, deixando montanhas de lixo, sem sequer olhar para trás, os japoneses recolhiam discretamente garrafas e copos de plástico, papel, bandejinhas de isopor, latas de cervejas e de refrigerantes, canudinhos, restos de alimentos, embalagens usadas, enfim todo lixo produzido por eles. 
Esse gesto civilizatório foi o legado mais eloquente da Copa. Com o exemplo, o japonês ensina ao mundo como tratar com respeito e civilidade o espaço público, como se relacionar com o meio ambiente e com os outros habitantes do planeta. A coleta do lixo, feita em sacos com a imagem impressa do sol nascente, foi uma lição de ética e de cidadania. Lembrei cena antológica de rara beleza do filme Dersu Uzala dirigido pelo cineasta japonês Akira Kurosawa, em 1975, baseado no diário de um capitão russo. Na torcida nipônica – diria Nelson Rodrigues – todos eram Dersu Uzala.
O chibé repartido
O filme conta a história de uma expedição científica do exército tzarista pela bacia do rio Usurri, entre 1902 e 1907, comandada pelo capitão Vladimir Arsenyev, com a finalidade de classificar as espécies existentes nas estepes da Sibéria e realizar trabalhos de topografia. O capitão faz amizade com um caçador nativo, Dersu Uzala, um velho sábio que trata o sol, as estrelas, a água, o fogo, o vento, a neve, as árvores e os animais como pessoas. Tal qual um tcheramoiguarani, ele ouve todas essas “pessoas” que vivem na taiga siberiana – a maior floresta fria do mundo - e conversa com elas.
Akira Kurosawa vai mostrando como se tece a amizade do capitão russo com o caçador, que lhe serve de guia não apenas pelas montanhas da Mongólia, mas também pelos sendeiros da vida. Depois de uma tempestade de neve, os dois conseguem se refugiar numa cabana no meio da floresta, onde descansam. No dia seguinte, antes de partirem, Dersu, o homem da floresta, abastece o fogão com lenha, separa um pouco de sal e estoca alimentos não perecíveis na cabana. Divide assim o pouco que tem para surpresa do capitão russo, o homem da cidade, que lhe diz:
- Dersu, isso é um desperdício. É inútil deixar mantimentos aqui, nós nunca mais voltaremos a esse lugar.
Quase todo semestre passo esse filme em sala de aula e todas as vezes me comove a cena, quando o caçador, então, explica que não é para eles dois, mas para uma pessoa qualquer, um eventual viajante, desconhecido, que chegue ali cansado e com frio, em busca de abrigo, de calor e de alimento. Compartilhar o pão não necessariamente para retribuir o que eles tinham encontrado, mas pelo prazer da partilha.    
O capitão russo, um homem de ciência, civilizado, com escolaridade, fica no meio do tiroteio, perplexo e dividido entre, de um lado, o princípio da “farinha pouca meu pirão primeiro” que ele traz do mundo urbano e, de outro, o preceito do pirão compartilhado, que é único sinal humano de vida, como canta o poeta Aníbal Beça num haicai: “Apenas num gesto / o homem é capaz de vida - / chibé repartido”.
Não vai haver lixo
A ética da solidariedade, do desprendimento, do pensar no outro está presente tanto no comportamento do velho caçador desescolarizado, que vive no mundo da oralidade e que detém os conhecimentos da vida, quanto na coleta silenciosa do lixo realizada pelos torcedores nipônicos.
O cineasta japonês Akira Kurosawa rodou as cenas de Dersu Uzala em 1974, em condições adversas, depois de haver tentado o suicídio três anos antes, cortando a própria garganta e os pulsos numa forte crise de depressão. Estava desencantado com o ser humano. Nesse contexto, o filme teve o efeito daquele poema de Allen Ginsberg: uma florzinha solitária desabrochando em cima de um monte de merda. É uma reconciliação com a vida, um canto de esperança, que desperta sentimento similar ao provocado pelas imagens dos japoneses coletando o lixo no estádio.
- Eu sou bra-si-lei-ro, com mui-to or-gu-lho, com mui-to a-moooor – grita a nossa torcida embalada para a guerra. Resta saber – isso não é explicitado - do que é que sentimos orgulho. Numa sociedade patriarcal como a brasileira, parasitária, tatuada por quatro séculos de escravidão, estamos acostumados a emporcalhar tudo, ordenando que garis limpem nossa sujeira. Nossas ruas com bueiros entupidos e os banheiros e salas de aula de nossas universidades públicas são testemunhas disso. Lá, o exército do “pessoal de limpeza” trava diariamente uma batalha perdida, registrando o rotundo fracasso da escola.
- Somos milhões em ação. Todos juntos, vamos pra frente, Brasil. Salve a seleção! De repente é aquela corrente pra frente, parece que todo o Brasil deu a mão!
Sem patriotadas, o lema dos japoneses, talvez muito mais significativo do que “não vai haver copa”, foi o silencioso “não vai haver lixo”. A corrente nipônica pra frente nos deu uma lição, que já rendeu os primeiros frutos. Na Fifa Fun Fest segunda-feira, em Copacabana, no Rio, turistas alemães, espelhados no exemplo vindo do Oriente, não apenas recolheram o lixo da praia, mas incentivaram outros frequentadores a ajudá-los.
Esse gesto de extrema delicadeza e refinamento, embora solitário, mostra que civilização não é abrir estradas, construir usinas, erguer pontes e viadutos, fabricar aviões, automóveis e robôs, clonar seres vivos. É saber se relacionar com o outro: gente, planta, animal, meio ambiente. É a qualidade dos gestos que torna a condição humana possível. Enquanto houver alguém juntando o lixo e nos deixando envergonhados de nossa imundície, o mundo não está totalmente perdido. Uma florzinha brota no esterco.
Foi um ato singelo, mas que renova nossas esperanças na espécie humana e no futuro do planeta. A bola, efetivamente, é um reles detalhe. Torcida japonesa, por despertar o Dersu Uzala que existe dentro de cada um de nós, domô arigatô gozaimasu.  

terça-feira, 13 de agosto de 2013

É PRECISO MUDAR -por Manuel Barqueiro

Se o povo é quem mais ordena !?  Só se for noutro lugar que ninguém conhece. Porque em Portugal nem ordena nem decide. Cegou, emudeceu.  Baixou as calças como diria filosoficamente  o Bocage!
É assim mesmo.
Antes que seja tarde e a  Troica também se aproveite de nós ainda com as calças na mão , está na hora de acordar e fechar o cerco.  Acordar com mais veemência do que o 25 de  Abril,  que afinal, só serviu  para outros "gabirús" encherem a pança  em nome do povo, fingindo democracia...
Mas agora povo, agora que já estamos vacinados, massacrados , quase assim de calças caídas, antes disso acontecer e outros iguais ocupem  os cargos dos que não querem largar a mama.. Desses que são os nossos carrascos. Viciados no bem bom à custa dos sacrifícios do  povo que afinal é o quem mais ordena. Ou não? Chegou a hora de derrubar toda essa corja de oportunistas insensíveis que a jeito de poetas e bem falantes,  como se fossem vendedores ambulantes  que discursam  nas feiras populares, tentam convencer-nos com verbos e adjetivos pomposos  que eles são os melhores e vão endireitar  Portugal.  
Vamos, isso sim, escolher um partido onde não esteja ninguém viciado. Ninguém que já serviu e se aproveitou da mama do governo que suga o povo.
Vamos escolher sem medo,  porque pior do que já tivemos e do que estamos, não  vamos ter nem ser, de certeza absoluta.

Mudemos radicalmente, a cem graus, porque  é absolutamente necessária outra experiência politica em Portugal.

sábado, 18 de setembro de 2010

PRETENCIOSISMO

Uma vez o Pelé ao tentar botar cultura num jornal do Brasil, teria criticado um jornalista que viria a responder com a seguinte frase: "Como eu não sei nada sobre futebol, não escrevo nada sobre futebol. Assim o Pelé como também não sabe escrever, deveria ficar quieto com suas pretensões e impulsos jornalísticos".
Cada macaco no seu galho, sem querer ofender ninguém, diria a minha mãe!
Escrevo isto porque na verdade não sabia como começar a escrever algo sobre uma emissão
televisiva onde corria uma entrevista com Santana Lopes e que a dado momento, o apresentador da TV interrompe para anunciar a reportagem da chegada de José Mourinho a Lisboa.
Claro está que Santana Lopes, puto da vida, como se diz no Brasil, se mandou dos estúdios vomitando despeito até pelos poros.
Muita gente criticou a atitude da TV e logo surgiram comentários envolvendo valores e interesses nacionais.
Mas aqui está o ponto que é preciso abordar. Quais são os interesses nacionais?
O que é uma figura pública?
Figuras públicas , são tanto Santana Lopes como José Mourinho. Mas é preciso que se saiba que José Mourinho tem muito mais projeção do que Santana Lopes. Porque ele é figura pública internacional, muito mais conhecido do que Santana Lopes uma figura apenas regional portuguesa.

Mas o mais importante aqui, meus amigos, é saber qual deles teria contribuído para a grandeza
deste belo País. Pergunto, quem é quem é?

Quem é que tem transferido para os bancos de Portugal e investido aqui alguns milhões de euros?
Perguntem ao Santana Lopes. Ele de certeza que sabe!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O MENINO DO RIO - a primeira vez

Ela tinha um cheiro doce. Indecifravelmente doce. Um odor de fêmea. Era só ela passar perto para me impactuar e correr atrás dela feito animal em época de cio!

Mas me segurava a sensatez de meus 11 anos. O medo de suas reações.

Ela era já adulta. Tinha uma filhinha concebida de uma aventura no escondido da Lapa. Era noite de São João. Dislumbre irremediável. E aconteceu com o Zé Padeiro.

Ela já havia notado o meu libido desespero e sadicamente me provocava.

E os dias iam seguindo. Derrubando-me nas noites que a imaginava com a ajuda de meu inevitável narcisismo.

Desenhei com meu olhar tantas palavras e imagens no tecto do meu quarto. Meus gritos mudos explodiam contra o corpo dela...suando no escuro que meus olhos ocultavam cerrados ao clarão enorme que se expandia do meu entusiasmo...e ela submergia sempre dessas minhas noites de menino feito homem!


Mas um dia ela veio como que seduzida ou magnetizada talvez envolta em tanta força que eu expandia tentando prendê-la.


Fingi calma e tentei segurar meus impulsos.


-Olá! Sabes, tenho notado em ti. Estás um homem.

E foi a partir daí num derrube súbito em cima dum leito improvisado, colchão de terra e barro, que eu me TORNEI homem se a isto se deve chamar de HOMEM

domingo, 3 de janeiro de 2010

ménage a trois


Era a Avenida. Era o Rio. Era a noite caindo. Era ela! Envolta num xale preto que a agasalhava e servia de lençol no areal. Meias pretas até às coxas e umas botas curtas de borracha que seus pés movimentavam em passos curtos e rápidos.Apesar dos meus 12 anos já tinha estado com ela algumas vezes e, meio fascinado, quando me era oportuno e arrumava   grana  para a "oferenda" eu procurava-a de novo. No mesmo lugar, à mesma hora, queria ser o primeiro. Era sempre a mesma coisa. Ela me envolvia, deitava-se de pernas abertas e na incidência do luar em sua púbis,  no  xale estendido na areia  ela  recebia-me com seu abraço, seu perfume, seus gemidos fingidos e eu me desprendia numa volúpia fugaz que incontralavelmente eu queria prolongar.

Mas uma noite eu quis diferente. Tinha lido algo sobre posições e formas de sexo. E arrisquei: hoje eu quero fazer "ménage a trois" contigo. Ela me olhou surpreendida e curiosa anuiu à minha pretenção. - E então como é isso de menage quê? -Vem, estende o xale que eu me deito e tu vens por cima de mim.
Tudo como eu tinha imaginado e a experiência foi extraordinária.
No fim quando estava me arrumando ela quis saber: - mas então, que diabo é essa história de menage?
Expliquei-lhe.
-Mas nós só somos dois!
-Deixa isso para lá. Esquece. É um segredo.
Não lhe revelei que quando ela se deitou por cima de mim a Lua por trás dela fez-me sinal e participou...