segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O MENINO DO RIO - a primeira vez

Ela tinha um cheiro doce. Indecifravelmente doce. Um odor de fêmea. Era só ela passar perto para me impactuar e correr atrás dela feito animal em época de cio!

Mas me segurava a sensatez de meus 11 anos. O medo de suas reações.

Ela era já adulta. Tinha uma filhinha concebida de uma aventura no escondido da Lapa. Era noite de São João. Dislumbre irremediável. E aconteceu com o Zé Padeiro.

Ela já havia notado o meu libido desespero e sadicamente me provocava.

E os dias iam seguindo. Derrubando-me nas noites que a imaginava com a ajuda de meu inevitável narcisismo.

Desenhei com meu olhar tantas palavras e imagens no tecto do meu quarto. Meus gritos mudos explodiam contra o corpo dela...suando no escuro que meus olhos ocultavam cerrados ao clarão enorme que se expandia do meu entusiasmo...e ela submergia sempre dessas minhas noites de menino feito homem!


Mas um dia ela veio como que seduzida ou magnetizada talvez envolta em tanta força que eu expandia tentando prendê-la.


Fingi calma e tentei segurar meus impulsos.


-Olá! Sabes, tenho notado em ti. Estás um homem.

E foi a partir daí num derrube súbito em cima dum leito improvisado, colchão de terra e barro, que eu me TORNEI homem se a isto se deve chamar de HOMEM

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