sábado, 2 de janeiro de 2010

O Menino do Rio . A Casa Assombrada

Sempre me fascinaram as histórias sobre fantasmas. O sobrenatural, o mistério, o desconhecido, a parapsicologia, enfim as ciencias ocultas! Tanto que no percurso da minha adolescência, por mero acaso ou destino, viveria algumas situações que marcaram, sobremaneira, este vínculo inexplicável, que possuo com as coisas tenuamente... inexplicaveis!Sei que estou confundindo alguns de vocês, mas outros me compreenderão. Longe de mim o fanatismo, para lá o cepticismo, que se afastem as certezas. Mas que aconteceram coisas estranhas ou curiosas na minha vida posso garantir que sim.Somos, ainda, dez irmãos. Vivemos todos juntos com nossos pais, até atingirmos a maioridade e depois, como é natural cada um de nós seguiu a vida trilhando caminhos diferentes entre o Brasil, África, Europa e América do Norte.Na nossa adolescência morávamos então numa pequena Vila ao Norte de Portugal, onde habitavamos um casa de dois pisos, sendo que no primeiro piso era o quarto de meus pais, e ao lado o quarto das minhas irmãs. No segundo piso, era a cozinha, o quarto dos rapazes e a sala de jantar. Tinha também um sótão com entrada pela cozinha. No térreo, tinha o hall de entrada que se fechava com uma porta envidraçada. Ao lado do hall um armazém cuja porta era cerrada ou fechada com uma tranca de madeira colocada em diagonal entre a parede e a porta. Encurtando esta história caminho rapidamente para a narração das coisas estranhas que aconteciam naquela casa. Sempre à mesma hora, ou sensivelmente à uma da manhã, éramos acordados com o barulho provocado no sótão : alguem que resolvia iniciar um passeio pela casa. Eram passos firmes, ruidosos, como se esse alguem usasse botas de sola dura.Descia as escadas do sótão até à cozinha, mexia em vários objectos na cozinha, porta do fogão e louça; depois continuava seguindo pelo corredor que dava para o quarto dos rapazes incluindo eu, até à sala de jantar, empreendendo uma volta à mesa e voltava seguindo pelo corredor; depois descia a escada até o primeiro andar, parava um pouco e continuava descendo até o térreo abrindo o trinco da porta do hall, e não a fechava, entrava no armazem, a tranca da porta caía e o silêncio ablosuto voltava à casa.Todos certamente viviamos assustadíssimos esses momentos. No dia seguinte tudo estava em ordem: a tranca no lugar dela, a porta do hall fechada, e tudo como se nada tivesse acontecido.Mas nós acordavamos pálidos parecendo que estavamos sofrendo da alguma desidratação.

Manoel Carlos

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