sábado, 18 de setembro de 2010

PRETENCIOSISMO

Uma vez o Pelé ao tentar botar cultura num jornal do Brasil, teria criticado um jornalista que viria a responder com a seguinte frase: "Como eu não sei nada sobre futebol, não escrevo nada sobre futebol. Assim o Pelé como também não sabe escrever, deveria ficar quieto com suas pretensões e impulsos jornalísticos".
Cada macaco no seu galho, sem querer ofender ninguém, diria a minha mãe!
Escrevo isto porque na verdade não sabia como começar a escrever algo sobre uma emissão
televisiva onde corria uma entrevista com Santana Lopes e que a dado momento, o apresentador da TV interrompe para anunciar a reportagem da chegada de José Mourinho a Lisboa.
Claro está que Santana Lopes, puto da vida, como se diz no Brasil, se mandou dos estúdios vomitando despeito até pelos poros.
Muita gente criticou a atitude da TV e logo surgiram comentários envolvendo valores e interesses nacionais.
Mas aqui está o ponto que é preciso abordar. Quais são os interesses nacionais?
O que é uma figura pública?
Figuras públicas , são tanto Santana Lopes como José Mourinho. Mas é preciso que se saiba que José Mourinho tem muito mais projeção do que Santana Lopes. Porque ele é figura pública internacional, muito mais conhecido do que Santana Lopes uma figura apenas regional portuguesa.

Mas o mais importante aqui, meus amigos, é saber qual deles teria contribuído para a grandeza
deste belo País. Pergunto, quem é quem é?

Quem é que tem transferido para os bancos de Portugal e investido aqui alguns milhões de euros?
Perguntem ao Santana Lopes. Ele de certeza que sabe!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O MENINO DO RIO - a primeira vez

Ela tinha um cheiro doce. Indecifravelmente doce. Um odor de fêmea. Era só ela passar perto para me impactuar e correr atrás dela feito animal em época de cio!

Mas me segurava a sensatez de meus 11 anos. O medo de suas reações.

Ela era já adulta. Tinha uma filhinha concebida de uma aventura no escondido da Lapa. Era noite de São João. Dislumbre irremediável. E aconteceu com o Zé Padeiro.

Ela já havia notado o meu libido desespero e sadicamente me provocava.

E os dias iam seguindo. Derrubando-me nas noites que a imaginava com a ajuda de meu inevitável narcisismo.

Desenhei com meu olhar tantas palavras e imagens no tecto do meu quarto. Meus gritos mudos explodiam contra o corpo dela...suando no escuro que meus olhos ocultavam cerrados ao clarão enorme que se expandia do meu entusiasmo...e ela submergia sempre dessas minhas noites de menino feito homem!


Mas um dia ela veio como que seduzida ou magnetizada talvez envolta em tanta força que eu expandia tentando prendê-la.


Fingi calma e tentei segurar meus impulsos.


-Olá! Sabes, tenho notado em ti. Estás um homem.

E foi a partir daí num derrube súbito em cima dum leito improvisado, colchão de terra e barro, que eu me TORNEI homem se a isto se deve chamar de HOMEM

domingo, 3 de janeiro de 2010

ménage a trois


Era a Avenida. Era o Rio. Era a noite caindo. Era ela! Envolta num xale preto que a agasalhava e servia de lençol no areal. Meias pretas até às coxas e umas botas curtas de borracha que seus pés movimentavam em passos curtos e rápidos.Apesar dos meus 12 anos já tinha estado com ela algumas vezes e, meio fascinado, quando me era oportuno e arrumava   grana  para a "oferenda" eu procurava-a de novo. No mesmo lugar, à mesma hora, queria ser o primeiro. Era sempre a mesma coisa. Ela me envolvia, deitava-se de pernas abertas e na incidência do luar em sua púbis,  no  xale estendido na areia  ela  recebia-me com seu abraço, seu perfume, seus gemidos fingidos e eu me desprendia numa volúpia fugaz que incontralavelmente eu queria prolongar.

Mas uma noite eu quis diferente. Tinha lido algo sobre posições e formas de sexo. E arrisquei: hoje eu quero fazer "ménage a trois" contigo. Ela me olhou surpreendida e curiosa anuiu à minha pretenção. - E então como é isso de menage quê? -Vem, estende o xale que eu me deito e tu vens por cima de mim.
Tudo como eu tinha imaginado e a experiência foi extraordinária.
No fim quando estava me arrumando ela quis saber: - mas então, que diabo é essa história de menage?
Expliquei-lhe.
-Mas nós só somos dois!
-Deixa isso para lá. Esquece. É um segredo.
Não lhe revelei que quando ela se deitou por cima de mim a Lua por trás dela fez-me sinal e participou...

sábado, 2 de janeiro de 2010

O Menino do Rio . A Casa Assombrada

Sempre me fascinaram as histórias sobre fantasmas. O sobrenatural, o mistério, o desconhecido, a parapsicologia, enfim as ciencias ocultas! Tanto que no percurso da minha adolescência, por mero acaso ou destino, viveria algumas situações que marcaram, sobremaneira, este vínculo inexplicável, que possuo com as coisas tenuamente... inexplicaveis!Sei que estou confundindo alguns de vocês, mas outros me compreenderão. Longe de mim o fanatismo, para lá o cepticismo, que se afastem as certezas. Mas que aconteceram coisas estranhas ou curiosas na minha vida posso garantir que sim.Somos, ainda, dez irmãos. Vivemos todos juntos com nossos pais, até atingirmos a maioridade e depois, como é natural cada um de nós seguiu a vida trilhando caminhos diferentes entre o Brasil, África, Europa e América do Norte.Na nossa adolescência morávamos então numa pequena Vila ao Norte de Portugal, onde habitavamos um casa de dois pisos, sendo que no primeiro piso era o quarto de meus pais, e ao lado o quarto das minhas irmãs. No segundo piso, era a cozinha, o quarto dos rapazes e a sala de jantar. Tinha também um sótão com entrada pela cozinha. No térreo, tinha o hall de entrada que se fechava com uma porta envidraçada. Ao lado do hall um armazém cuja porta era cerrada ou fechada com uma tranca de madeira colocada em diagonal entre a parede e a porta. Encurtando esta história caminho rapidamente para a narração das coisas estranhas que aconteciam naquela casa. Sempre à mesma hora, ou sensivelmente à uma da manhã, éramos acordados com o barulho provocado no sótão : alguem que resolvia iniciar um passeio pela casa. Eram passos firmes, ruidosos, como se esse alguem usasse botas de sola dura.Descia as escadas do sótão até à cozinha, mexia em vários objectos na cozinha, porta do fogão e louça; depois continuava seguindo pelo corredor que dava para o quarto dos rapazes incluindo eu, até à sala de jantar, empreendendo uma volta à mesa e voltava seguindo pelo corredor; depois descia a escada até o primeiro andar, parava um pouco e continuava descendo até o térreo abrindo o trinco da porta do hall, e não a fechava, entrava no armazem, a tranca da porta caía e o silêncio ablosuto voltava à casa.Todos certamente viviamos assustadíssimos esses momentos. No dia seguinte tudo estava em ordem: a tranca no lugar dela, a porta do hall fechada, e tudo como se nada tivesse acontecido.Mas nós acordavamos pálidos parecendo que estavamos sofrendo da alguma desidratação.

Manoel Carlos